SELEÇÃO DA FRANÇA DE BRANCO, E VERDE.

A Copa do Mundo de 1978, disputada na Argentina e vencida pelos donos da casa, mostrou um dos episodios mais marcantes ocorridos em copas do mundo que acompanhei.
Era o dia 20 de junho de 1978, em Mar Del Plata, no estádio José Maria Minella com um público de mais de 20 mil pessoas, França x Hungria, já desclassificados, fariam o último jogo da 1^ fase do torneio.
Seleções perfiladas, com seus agasalhos, executado os hinos e vamos para o jogo. Porém, ao tirarem os agasalhos, percebeu -se que as duas seleções estavam com a camisa branca.
O árbitro daquele jogo foi o brasileiro Arnaldo César Coelho, que pensei, naquele momento deve ter dito; Camisas da mesma cor, não pode.
Então houve ali um início de discução, onde franceses dizendo que só trouxeram aquele uniforme iriam jogar de branco. Já os húngaros por sua vêz, alegaram que só vieram com o uniforme branco porque a Fifa tinha solicitado.
A camisa número um da França é azul e a da Hungria é vermelha. Naquela época, na Argentina, a grande maioria da população ainda não tinha a TV para recepção colorida, e num jogo onde as camisas são coloridas, na transmissão em PB ficava impossível distinguir a cor, tudo fica cinza, portanto a Fifa recomendou que um dos uniformes teria que ser branco e a solicitação foi feita, de forma equivocada, para ambas, França e Hungria.
Entre nervosismo dos organizadores e vaias dos espectadores, uma viatura da polícia sai em disparada do estádio e vai para o Club Atlético Kimberley, da cidade de Mar Del Plata, que disputa a 5^ divisão de futebol da Argentina.
Com muito orgulho, dirigentes do Kimberley entregaram seu tradicional uniforme branco com listras verdes para que a seleção francesa atuasse naquela partida.
A França venceu a partida por 3 x 1, e outro fato pitoresco foi que o autor do 3° gol francês, Rocheteau, usava a camisa número 7, porém o número no seu calção era 18.
Quase inacreditável imaginar que em uma copa do mundo de futebol, acontecimentos tão amadores já aconteceram, com todo respeito ao futebol amador.
Marcos Cruz.