O DIA EM QUE OS DOIS FINALISTAS, FORAM CAMPEÕES.

Já ouvi muita gente dizer que o futebol é uma caixinha de surpresas, apesar de na grande maioria das vezes, não existir surpresa nenhuma. Porém, não é a toa que criaram a frase.
Por exemplo, no campeonato Paulista de 1973, Santos F.C., campeão do 1° turno e A. Portuguesa D., campeã do 2° turno, foram a campo naquele 26 de agosto, no estádio Cícero Pompeu de Toledo, com um público de 116 mil torcedores, para protagonizarem a grande final do Paulistão.
O Santos, do técnico Pépe, tinha um time mais forte, porém, a Portuguesa de Otto Glória era um time muito aplicado, o que com certeza iria equilibrar essa partida final.
E com a bola rolando o que se viu, tanto no primeiro como no segundo tempo, foi um jogo muito truncado, com os times ficando devendo um melhor futebol. Com o empate no tempo regulamentar, a partida foi para a prorrogação e o time da Portuguesa parecia fisicamente melhor que o adversário, tanto que, no início da segunda etapa da prorrogação, o atacante luso Cabinho, recebeu um passe do ponta esquerda Wilsinho e mandou para as redes do goleiro Cejas, porém, aí se iniciaria o show negativo do árbitro da partida.
Armando Marques, que para muitos, era considerado como o melhor arbitro do futebol brasileiro, anulou o que se pode dizer de gol legítimo da lusa, e a prorrogação terminaria empatada. Assim, a decisão do campeonato foi para cobrança de pênaltis.
O Santos cobrou 3 pênaltis e marcou 2 gols, enquanto a Portuguesa cobrou 3 pênaltis e não marcou nenhum, e Armando Marques, que já tinha errado na anulação do gol da Portuguesa, acabou errando na contagem e deu por encerrada às cobranças. Nesse momento o Santos vencia por dois a zero, porém, cada time ainda teria duas cobranças cada, e se a Portuguesa acertasse seus dois e o Santos por sua vez, errasse seus dois, a decisão estaria empatada e haveria necessidade de cobranças alternadas. Mas, naquele momento, ninguém percebeu o erro do árbitro e os santistas foram comemorar. Mas espera aí, ninguém percebeu? Com certeza alguém tinha percebido. A diretoria da Portuguesa, não só percebeu, como mandou seu time sair rapidinho do gramado e se mandarem do Morumbi. Foi quando a ficha do árbitro trapalhão caiu. Então, mandaram chamar os jogadores de Santos e Portuguesa para cobrar os pênaltis que faltavam. Os santistas voltaram, porém, os lusos já tinham ido embora e assim não foi possível finalizar as cobranças.
A diretoria da Portuguesa, no tribunal, alegou que o árbitro havia terminado a partida o que realmente aconteceu e assim reivindicou a divisão do título.
E essa foi a decisão do tribunal da FPF, inclusive, apoiada pela CBD que hoje é a CBF.
Então os santistas, comemoraram de forma tímida seu 13° título paulista, enquanto os lusos vibraram muito com a conquista de seu 3° Paulistão.
MARCOS CRUZ