Carpini reforça interesse em ficar e explica impasse para acertar novo contrato com o Guarani

A entrevista de Thiago Carpini nesta quinta-feira colocou mais dúvidas do que certezas sobre a permanência no Guarani em 2020. Em 15 minutos de conversa com os jornalistas, o técnico interino respondeu três perguntas sobre a renovação de contrato e explicou, sem entrar em muitos detalhes, o impasse que impedem o acerto rápido.
Carpini deixou claro que a falta de acordo com a diretoria bugrina é fruto de uma soma de fatores, que vão desde aspectos financeiros até a discussão sobre a montagem do elenco para a próxima temporada. O técnico se reuniu mais de uma vez com o presidente Ricardo Moisés nesta semana e ainda não chegou a um consenso.
– A gente ainda não se acertou. Já teve uma ou duas conversas durante a semana. Claro que existe uma valorização, é justo. Nada de muito absurdo, que vá mudar a estabilidade do Guarani. A gente vai ser muito mais cobrado em 2020, porque apresentou um bom trabalho e uma reação. Agora é página virada, vem aí um Paulistão, de tiro curto. Então é um peso e uma responsabilidade muito grande – disse.
Sobre o elenco, Thiago Carpini demonstrou firmeza ao falar que não abre mão das próprias convicções para o time e deixou na entrelinha alguma discordância com a atual diretoria. O técnico não quer repetir os erros de planejamento de 2019, que quase derrubaram o Bugre na Série B.
– Não abro mão de conversar, sempre em comum acordo, e montar este elenco. Dar o aval para atletas em cima do que a gente pensa de características, de identidade do Guarani, de como é jogar no Guarani. Não quero saber se o atleta é de A, B ou C, mas sim se ele é bom para a instituição e para o meu trabalho. Então não dá para a gente se aventurar e correr muito risco, porque, ali na beirada do campo, a gente é vidraça. Precisa se planejar, resolver o que precisa resolver dentro do nosso elenco, buscar reforços pontuais, acertar algumas outras
Questionado sobre uma possível influência de Sidiclei Menezes, principal cotado para o cargo de executivo de futebol do Guarani para o ano que vem, Carpini evitou atrito, mas foi firme ao comentar que o clube tem direito a decidir se quer ou não ficar com ele. Desde que, claro, assuma a responsabilidade do planejamento.
– Em relação ao Sidiclei, não conheço e não posso falar absolutamente nada sobre o profissional e a pessoa. Não chegou a mim essa situação. Tive uma ou duas conversas com ele há um tempo atrás, não sei se ele vai ser o homem do futebol do Guarani. Não acredito nisto, mas, se este for o impasse, eu respeito totalmente o fato de ele achar que precisa de um técnico mais experiente, com mais rodagem. Tantos outros com mais rodagem passaram por aqui e o resultado não foi favorável, como o Umberto, com menos rodagem, funcionou. Isso é muito relativo.
– Que ele possa vir, assumir a responsabilidade em contratações, saídas e montagens e agregar com sua experiência. Torço para que ele venha, dê certo e ajude. Sendo eu ou não, é um direito do Guarani. Deixa o clube decidir, o presidente resolver, o executivo assumir a responsabilidade. Se tiver que não estar no Guarani em 2020, saio de alma lavada, leve, muito feliz de passar e ver meu clube na Série B. Se essa for a decisão, olho para trás com orgulho de tudo que construímos em uma terra devastada, com 13 pontos, vestiário ruim, e depois fazer história – disse.
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