Bicampeão do mundo, Djalma Santos se despedia da Seleção há 52 anosDefensor coleciona 114 partidas, com quatro mundiais; amistoso com o Uruguai marcou sua despedida com amarelinha

Muitas vezes, para ficar marcado e criar o seu legado na história do futebol mundial basta apenas um jogo. Foi assim que Djalma Santos construiu sua trajetória na Seleção Brasileira e, depois de 16 anos de convocações, fez a sua despedida com a amarelinha no dia 9 de junho de 1968, em amistoso com o Uruguai, no estádio do Pacaembu.
O ex-defensor começou sua trajetória na seleção ainda em 1952, na disputa do Pan-Americano, quando jogava pela Portuguesa. Em 1954, foi convocado para sua primeira Copa do Mundo e disputou os três primeiros jogos como titular. Nas quartas de final, contra a Hungria, Djalma Santos converteu uma penalidade, mas o gol não impediu a derrota por 4 a 2 e a eliminação.
No mundial seguinte, passou o torneio todo como reserva do De Sordi, porém, na final, o titular se machucou. Veio a oportunidade para Djalma e, mesmo jogando apenas o último jogo, foi eleito o melhor lateral direito da competição. Em 1962, voltou a ser titular e foi peça fundamental para a conquista do bicampeonato, integrando o time dos sonhos da FIFA e, um ano depois, foi o único brasileiro na lista de melhores da entidade.
Com 37 anos, Djalma ainda conseguiu disputar sua quarta Copa do Mundo, atuando nos dois primeiros jogos, mas ficando de fora daquele que causou a eliminação do Brasil, diante de Portugal. Além das duas Copas do Mundo, também venceu o Pan-Americano (1952), a Taça Oswaldo Cruz (1955, 1956 e 1962), a Taça do Atlântico (1956, 1960), a Copa Rocca (1957, 1960, 1963), a Taça Bernardo O’Higgins (1959) e a Copa Rio Branco (1960).
Aos 39 anos, fez sua despedida da “Seleção Canarinho” em confronto com o Uruguai e deixava em seu lugar outro grande nome na lateral: Carlos Alberto Torres. Djalma Santos jogou apenas por 14 minutos, mas foi o suficiente para que o estádio inteiro o aplaudisse por quase dois minutos. Emocionado, foi abraçado por seus companheiros e agradeceu o carinho de todos. Em toda sua carreira, foram 114 jogos pela Seleção Brasileira, sendo o primeiro a ultrapassar a barreira dos 100 jogos, com 81 vitórias, 16 empates e 17 derrotas, com três gols marcados.
O jogo
A partida foi a primeira de uma série de amistosos que serviriam de preparação para as eliminatórias do Mundial, que seria disputado no México. Mesmo com os uruguaios tendo montado uma defesa sólida, com boa marcação, os brasileiros não tiveram muitas dificuldades para vencer -logo aos 10 minutos do primeiro tempo, com uma tabelinha entre Rivelino e Tostão. O meio-campista recebeu de Tostão, carregou até achar uma brecha na defesa celeste e então cruzou para o atacante, que cabeceou para as redes.
Este foi o único gol do primeiro tempo. Na segunda metade, a qualidade de jogo se manteve e aos 15 minutos, Edu tentou um chute de fora da área, a bola bateu em Tostão e voltou. Sem conseguir finalizar, o atacante passou para Sadi, que conseguiu fazer grande jogada individual e chutou, o goleiro chegou a tocar na bola, mas não impediu o tento brasileiro.
Ficha Técnica:
Brasil 2 x 0 Uruguai – Amistoso
Data: 09 de junho de 1968;
Local: Estádio do Pacaembu;
Árbitro: Romualdo Arppi Filho (Brasil);
Gols:Tostão e Sadi (Brasil).
Brasil: Cláudio; Djalma Santos (Carlos Alberto Torres), Jurandyr, Joel Camargo e Sadi; Piazza, Rivelino e Paulo Borges (Natal); César Maluco, Tostão e Edu. Técnico: Aimoré Moreira.
Uruguai: Ladislao Mazurkiewicz; Mario Méndez, Julio Dalmao, Julio Montero Castillo e Juan Mujica; Dagoberto Fontes, Abayubá Ibáñez (Víctor Espárrago) e Luis del Rio (Oscar Zubia); Orlando Virgili; Pedro Rocha e Julio César Morales. Técnico: Juan Carlos Corazo
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